Pouca gente há de lembrar a capa do Long Play de Juca Chaves em que ele canta e conta piadas de salão. Foi naquele LP que ele acabou consolidando a alcunha de Menestrel Maldito. Os presidentes e os políticos sentiam azia quando falavam no Juca. Só rriam de suas piadas porque achavam sempre que ele se referia ao político da mesa ao lado.
O Sanatório da Notícia não lembra a capa, mas relembra a piada em que ele viajava de avião ao lado de uma jovem que ele descrevia como "muito bonita". Enxerido que era, já com o avião sobrevoando Congonhas, em "procedimento de pouso", Juca resolveu passar uma cantada na garota.
- Eu lhe pago R$ 500...
- Seu canalha, R$ 500?!? Se fosse duas ou três vezes mais que isso, eu até iria pensar. Mas, R$ 500... O que é que você pensa que eu sou?!?
- Ora, moça, o que você é, eu acabei de saber. Agora é só uma questão de preço.
Pois a piada imita a vida na política brasileira. Veja esse trecho da matéria publicada neste domingo pelo jornal Estado de S. Paulo a respeito de pornografia explícita na campanha de Dilma Roucheffe rumo ao Palácio do Planalto. Ela é a consequência inevitável do velho hábito de produzir dossiês - uma prática que o PT não inventou, apenas aprimorou:
Leonencio Nossa e Fábio Granes - O Estado de S.Paulo
Foi Lanzetta que, em nome do PT, teve encontro com arapongas ligados aos serviços secretos oficiais com objetivo de produzir dossiês
O jornalista e consultor Luiz Lanzetta se desligou da campanha de Dilma Rousseff à Presidência. O Estado mostrou ontem que Lanzetta, dono da empresa Lanza Comunicação, teve encontro, em nome do PT, com arapongas ligados aos serviços secretos oficiais com a finalidade de produzir dossiês contra rivais nas eleições, em especial o tucano José Serra.
Em entrevista na sexta-feira ao Estado, Lanzetta confirmou o encontro com os espiões. Ontem, ele disse que não aceitou a proposta para produzir material contra os tucanos.
"Ele me fez uma proposta, eu não aceitei. Nunca mais vi o cara", afirmou o consultor, referindo-se ao sargento da reserva Idalberto Matias de Araújo, o Dadá. O Estado revelou que o espião tem passe valorizado em épocas eleitorais, integrou vários escândalos políticos e esteve na polêmica Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas. "Não existe contrato de serviço", completou Lanzetta. "Não existem dossiês."
RODAPÉ - Pronto! "Não existem dossiês". E isso não é piada. É a vida apenas imitando a política. Só "não existem dossiês" por uma questão de preço. O Cara cobrou R$ 200 mil por mês, recebeu uma contraproposta de R$ 60... O que é que eles tão pensando que os arapongas são?!?-(
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