A característica mais interessante no FA-03 era a falta da posição safe para fogo. Nele, haviam três posições: semi-automático, automático e ação dupla.
O fuzil podia ser portado com segurança mesmo carregado, mas com o ferrolho em posição baixa. Pela idéia do criador, funcionava muito bem como a posição safe, pois para conseguir atirar nessa posição iria precisar de uma puxada bem forte e demorada no gatilho, o que não iria acontecer por acidente ou fadiga do mecanismo.
Isso também assegurava a impossibilidade de disparos acidentais quando o "martelo" se solta por algum problema técnico que a arma poderia ter.
É interessante notar que o primeiro disparo na posição de ação dupla é algo raramente usado em fuzis automáticos para fins militares. O maior experimento de um gatilho de dupla ação numa arma com fogo seletivo foi com a submetralhadora italiana M4.
Este sistema é criticado por especialistas e atiradores por induzir o soldado a ter muita auto-confiança, mantendo o dedo no gatilho mesmo quando não está apontando a arma para algum alvo. Enquanto alguns militares consideram isto como uma boa coisa, como prontidão para atirar, especialmente em operações militares. A prática de ficar com o dedo no gatilho não é estimulada, pois uma das regras fundamentais para a segurança de armas de fogo é "sempre manter o dedo fora do gatilho até estar pronto para atirar".
O fuzil LAPA FA-03 tinha um chassi feito de plástico que protegia o mecanismo da arma contra agentes externos (água, areia, poeira...) e diminuia consideravelmente o peso total da arma.
Originalmente o fuzil recebeu um sistema de alimentação por um carregador plástico, mas recebeu algumas mudanças para ser alimentado pelos carregadores STANAG para facilitar a exportação para países que usavam outros tipos de carregadores (quase sempre, o carregador do M-16).
Chamar o LAPA FA-03 de um fuzil "5.56x45mm OTAN" seria um erro, pois na época a munição padrão atual FN SS109 de 62 gramas ainda não havia sido lançada. Como o passo do cano era de apenas 1:12 (1 turno em 305 mm), o LAPA FA-03 poderia usar apenas a munição 5.56mm na variação M193 (55 gramas), que foi usada pelos EUA na Guerra do Vietnã.
Infelizmente isso também foi a causa do seu fim, porque o Exército e a polícia brasileira estavam acostumados a anos e anos com armas com um peso elevado como clones do FN FAL e Madsen M-50, feitas aqui mesmo no país.
Os membros das forças armadas que testaram o FA-03 e outras armas da LAPA nos anos 80 descartaram todas elas com a justificativa de que elas se pareciam com brinquedo (por conta do plástico e o design) e pelo baixo peso (todas as armas da LAPA eram feitas com o sistema de proteção em plástico, que apesar de diminuir o peso da arma, não afetava o controle dela em fogo automático).
Quando o FA-03 foi projetado, também era uma novidade pelo seu design bullpup. As únicas armas da época que tinham esse design, eram o FAMAS (França) e o Steyr AUG (Áustria). Mas quando o FA-03 chegou a ser oferecido, todo o mercado do mundo já havia sido tomado pela AUG, que até hoje permanece como a arma bullpup com mais sucesso já criada.
Como a produção era nula, para fins locais ou de exportação, a LAPA faliu rapidamente em 1983, com menos de 500 unidades do FA-03 produzidas no total, a maioria até hoje é guardada por forças policiais para uso especial.
Uso: supostamente por unidades especiais da polícia
Criador: Nelmo Suzano
Criação: 1970~1980
Fabricante: LAPA - Laboratório de Pesquisa de Armamentos Automáticos SC/Ltda
Produção: entre 1978 e 1982
Quantidade: menos do que 500
Peso: 3,5 kg
Comprimento: 738mm (29,07" polegadas)
Comprimento do cano: 490mm (19,3" polegadas)
Munição: 5.56x45mm (55 gramas, M193) diferente do padrão OTAN
Ação: recarga por ação de gás em ferrolho rotativo
Taxa de fogo: 650 disparos/minuto
Velocidade do projétil: 975m/s
Raio efetivo: 550m
Alimentação: carregador de 20 ou 30 cartuchos (STANAG 4179) ou carregador plástico próprio de 30 cartuchos
Miras: frontal fixa, traseira ajustável
Mais imagens:
Imagens do FA-03 supostamente modernizado, retiradas do fórum ZonaMilitar.ar:
Acho que não foi apenas o Osório que perdemos.
Hoje em dia a tendência é de que as armas sejam feitas de polímero de plástico, o que o FA-03 já trazia desde TRINTA anos trás e os caras que testaram não gostaram
E a maior ironia é que o TAR-21 é muito parecido com ele, e o Brasil mostrou interesse em padronizar com ele... sendo que tinhamos um bullpup anos atrás, e que provavelmente seria muito superior ao TAR-21, se tivessem investido em melhorar. Foda... Deveriam dar um jeito de criar um desses e largar o MD-97 e os projetos baseados no FAL.
Dá até tesão de olhar pra esse fuzil... e enquanto isso o pessoal usando FAL e querendo padronizar com MD-97... Não dá pra entender como deixaram um projeto desse morrer.
Fonte: Mujahdin Cucaracha -que pegou do: Fórum HardMob.
COMENTO: Bullpup é uma configuração de fuzis, onde o gatilho se encontra à frente do carregador de munição, sendo que este é encaixado na coronha. Essa configuração permite manter o mesmo comprimento de cano, importante para a precisão do disparo, e mantém o fuzil em um tamanho mais compacto para uso em ambientes sem muito espaço. http://pt.wikipedia.org/wiki/Bullpup
Os bostas "politicamente corretos" que "detonaram" essa idéia de um Fuzil de Assalto genuinamente brasileiro, certamente são os mesmos que negaram apoio à falecida ENGESA e quase extinguiram com a EMBRAER e a IMBEL.
2 comentários:
Realmente fiquei deslumbrado por esse fuzil, jamais imaginei que tinhamos esta tecnologia no Brasil a 30anos atraz é à politica dos que não querem que o Brasil desenvolva seu proprio poder belico, quando a ENGESA veio a falencia me lembro bem e não me esqueço de ver varios blindados apodressendo no seu patio, pois tirei serviço lá por 03 anos ate que suas instalações foram empenhoradas pela Embraer e o exercito desocupa-se suas instalaçãoes.
Lamentavel.
e uma pena q o brasil n produza o seu proprio armamento,com um projeto desse poderiamos usalos em varias aplicacoes,inves de usar um fuzil genuinamente nacional,usam de uma arma dos anos 60,e uma grande perda.
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