A “Dívida” interna cresce assustadoramente, esta é a palavra. Tenho escrito tanto sobre elas, primeiro a EXTERNA, depois a INTERNA, que ninguém sabe onde chegará. Só que não posso abandoná-las.
Inicialmente era só a DÍVIDA EXTERNA, a INTERNA praticamente não existia. Essa externa estava em 800 MILHÔES no último ano do governo Juscelino, ele fez o impossível ou absurdo: mandou que Roberto Campos “renegociasse” esse total.
Roberto Campos era presidente do BNDE (não tinha o S de SOCIAL, hoje tem o S, mas continua sem o SOCIAL), que desde aquela época até hoje, servia aos grandes empresários, principalmente ligados a bancos e seguradoras.
Um só exemplo: o Bradesco, para comprar uma parte da Vale, pediu empréstimo ao BNDES, (pagando quatro por cento ao ano) e reemprestando em certos setores a mais de 200 por cento. Como o próprio Bradesco, e outros, confessam no próprio talão de cheques.
O presidente nomeou para a presidência desse BNDES, o economista competente, Carlos Lessa. Assumindo e com pouco tempo na presidência, resumiu para Lula, todas as bandalheiras que aconteciam, “apenas para mudar de lado na Avenida Chile”. (Onde ficavam e ficam esse BNDES e a Petrobras).
Lula ficou impressionado e entusiasmado, todos esperavam que acabasse com essa quadrilha que ganhava fábulas de dinheiros e denunciasse o escandalo. Pois Lula demitiu Carlos Lessa, magnificamente escolhido por ele mesmo e comunicou o fato aos próprios banqueiros.
Continuando com a renegociação da DÍVIDA EXTERNA. Em menos de 3 meses, Roberto Campos apresentou a JK, o resultado das conversas. A DÍVIDA, de 800 MILHÕES passou a 1 BILHÃO (ainda em cruzeiros) e os “credores” receberam uma bonificação em dinheiro.
Essa DIVIDA foi crescendo desde 1961, quando JK passou o governo a Janio. E nenhum presidente, eleito ou “eleito”, deixou de aumentar essa DÍVIDA QUE JAMAIS serviu ao Brasil. Chegou finalmente a 240 BILHÕES com Lula, quando ele anunciou com 1 por cento de verdade: “Pagamos toda a DÍVIDA EXTERNA”.
Não pagou nada, SACRIFICOU todo o povo brasileiro. Por indução, que palavra, do FMI, Meirelles foi comprando dólares, desde que estava em 3,20. O objetivo anunciado: “Precisamos manter o dólar valorizado”. Hoje, o dólar está a 1,66, praticamente a metade.
Sumarizando: se quiseram vender os 240 BILHÕES de dólares que compraram na alta, não obterão nem 120 BILHÕES, a moeda está em baixa. Isso é apenas para mostrar: hoje têm num banco da Suíça, “rendendo” 2 por cento ao ano esses 240 BILHÕES DE DÓLARES. Por que não pagam a EXTERNA? Os grandes bancos NÃO DEIXAM, como tenho dito.
O que interessa hoje, é comentar os números apresentados oficialmente(pelo gov.Lula). Estamos pagando de juros (e amortização) 200 BILHÕES DE DÓLARES POR ANO. (Esses não são os meus números, mas aceitemos os do governo Lula. (Não o de Dona Dilma, só tem pouco mais de 1 mês no cargo).
O total da DÍVIDA INTERNA, está em 2 TRILHÕES e 400 BILHÕES. O secretário do Tesouro, um dos poucos homens honestos, garante o que já publicamos.
Durante alguns anos, o governo foi economizando 90 BILHÕES anuais, para pagar essa INTERNA. Economizar 90 bilhões, significava o que antigamente se chamava de “injuria, calunia e difamação”, praticada pelo governo contra o próprio governo. Nesse tempo em que “ECONOMIZAVAM” 90 BILHÕES, tinham que pagar 150. Fartei de escrever: “Os credores recebiam esses 90 BILHÕES e os 60 que faltavam GENEROSAMENTE acrescentavam ao total da DÍVIDA”.
Conclusão rápida: a DÍVIDA INTERNA crescia apenas por causa do aumento dos juros. Esse era o ponto inicial, depois R-E-F-O-R-Ç-A-D-O, pelo fim da E-C-O-N-O-M-I-A. O Secretario do Tesouro: “Temos que pagar 200 BILHÕES DE DÓLARES POR ANO, e não conseguimos ECONOMIZAR nem os 90 BILHÕES de anos passados”.
É uma confissão dramática, trágica, ninguém vê SAÍDA, SOLUÇÃO, CONCLUSÃO pelo menos aceitável.
Agora a DÍVIDA cresce NOMINALMENTE, por dois motivos irreconciliáveis com qualquer economia, macroeconomia, qualquer que seja o rótulo utilizado.
1 – A alta dos juros, (que sobe incessantemente) exige cada vez mais dólares para a AMORTIZAÇÃO.
2 – Como não podemos economizar nem a metade que temos que entregar aos EXPLORADORES, quanto anualmente PAGAMOS? E quanto TEMOS QUE JOGAR no total já acumulado?
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PS – Aumentamos os juros logo antes da nova presidente completar 30 dias de governo. E junto com esse aumento, a afirmação-agressão contra o cidadão: “Esse é o primeiro, virão outros”.
PS2 – No mesmo momento, o FED (dos EUA) reafirmou: “mantivemos os juros em ZERO ou ZERO VINTE E CINCO, não há necessidade de elevação”. Estão com mais de 15 milhões de desempregados, em crise total.
PS3 – O BCE (Banco Central Europeu) em plena crise da própria Comunidade Europeia (CE) e absorvendo indiretamente reflexos da crise do mundo árabe e até dos EUA, mantiveram os juros em 2 por cento, o Japão em ZERO.
PS4 – Os economistas “governamentais” (brasileiros) devem explicação profunda e correta ao cidadão-contribuinte-eleitor: A inflação só atinge a economia brasileira? Na Europa e nos EUA, ela não existe?
PS5 – E não existindo, não amedronta, é apenas um fantasma? E fantasmas só assustam os que antecipadamente mostram que não têm coragem ou convicção.
Fonte :Hélio Fernandes/Tribuna da Imprensa
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