*Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS
“Se alguém acha que pode chegar aqui e se servir, sabe, cai do cavalo. Porque a pessoa pode me enganar um dia, pode me enganar, sabe, mas a pessoa não engana todo mundo ao mesmo tempo”. (Lulla da Silva)
A Revista Época expõe, mais uma vez, as entranhas da enxovalhada e putrefata camarilha petista. Grupo de filiados ao partido, ocupando posições de relevo junto ao governo federal, burlam a lei e graças a informações e contatos privilegiados conseguem empréstimo milionário no exterior. O banco alemão KfW acusa Valter Cardeal, homem de confiança de Dilma Rousseff, de engendrar uma fraude de € 157 milhões.
Banco KfW ajuíza ação e diz que Cardeal, o homem forte de Dilma, sempre soube de toda a fraude na CGTEE.
Políbio Braga, segunda-feira, 18 de outubro de 2010
O inquérito da Polícia Federal e a ação posteriormente movida na Justiça Federal sobre o caso, não responsabilizam diretamente o presidente do Conselho de Adminsitração da CGTEE e diretor da Eletrobrás, Valter Cardeal, tampouco sua madrinha política e superiora hierárquica na época, Dilma Roussef, mas isto nada teve a ver com o que foi investigado. O editor requereu em juízo as cópias do inquérito e da ação e está de posse delas. O que revela com testemunhos, documentos e fotos a revista Época deste domingo: Cardeal e Dilma sabiam das negociações sobre os avais. Marcelo Ceccin, militante petista à época, como seus companheiros de diretoria, como Júlio Quadros, o presidente da CGTEE (Quadros foi presidente do PT), chegaram a viajar com ele para a Alemanha, mas ele acabou pagando o pato sozinho. Ceccin, que acompanhou Cardeal durante 20 anos, desde a CEEE, e trabalhou sob as ordens de Dilma, começou a abrir a boca.
Quando o editor denunciou as malfeitorias ocorridas nas barbas das diretorias da CGTEE e da Eletrobrás por gente sua, liderados por um diretor da própria estatal federal gaúcha, Marcelo Ceccin, mais uma série de empresários brasileiros e estrangeiros, o presidente do Conselho de Administração da CGTEE, Valter Cardeal, homem de confiança de Dilma Roussef, contratou uma das mais caras bancas de advogados do Paraná e ajuizou uma ação criminal contra o editor. Este foi o segundo processo judicial movido por Valter Cardeal contra o editor. O editor já tinha colocado restrições à ação do então presidente da Eletrobrás (hoje, Cardeal é um dos vices) no caso da usina eólica de Tramandaí, cuja implantação ele sistematicamente procurou obstaculizar. A fraude (avais falsos concedidos ilegalmente por diretores da CGTEE, visando empréstimos de US$ 157 milhões para a construção de usinas eólicas e de biomassa no RS e no PR) foi contra o banco alemão KfW.
Valter Cardeal acompanha Dilma Roussef há 20 anos. O caso atinge diretamente Dilma, porque à época das malfeitorias ocorridas na CGTEE ela era a ministra da área e superior hierárquico de todos os envolvidos, quase todos dirigentes e militantes do PT do RS. O banco KfW revela documentos em que demonstra que Dilma discutiu a questão dos avais na Alemanha. Ela o levou a Brasília. Dilma não dá um só passo na área de energia elétrica sem ouvir seu companheiro, amigo e confidente. O delegado Protógenes Queiroz, na Operação Satiagraha, chegou a investigar as relações existentes entre ambos. A última edição da revista Piauí, em reportagem de Rodrigues Pereira sobre Protógenes, revela que ele possui um pen drive com imagens do que viu.
O homem forte da Eletrobrás, presidente do Conselho de Administração da CGTEE, Valter Cardeal, costuma comparecer às audiências na 9ª. Vara Criminal, acompanhado dos advogados e de assessores que se deslocam do Rio e de Brasília. O editor defende-se nos casos através do advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, mas também chegou a atuar sozinho num dos casos. O editor chamou para o banco de testemunhas o presidente da CGTEE, Sereno Chaise, além de uma dúzia de testemunhas, inclusive o então ministro Silas Rondeau. O caso da fraude está na Justiça Federal. Via judicial, o editor conseguiu todo o inquérito da Polícia Federal e também a cópia do processo, capa a capa. Está tudo resguardado por segredo de justiça.
Pois neste final de semana a revista Época revela uma notícia que ninguém conhecia no RS: a CGTEE está sendo processada pelo banco alemão KfW, uma espécie de BNDES da Alemanha, que quer indenização por prejuízos morais e materiais. A ação foi ajuizada na 10ª Vara Cível, em agosto, em Porto Alegre. O banco alega que o sr. Valter Cardeal sempre soube de tudo o que ocorria nas suas barbas, acosta fotos da visita dele a fornecedores alemães que forneceriam equipamentos para as usinas para as quais a CGTEE concedeu aval e transcreveu depoimentos comprometedores obtidos na própria Alemanha por gente que participou dos negócios em Porto Alegre.
*Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
E–mail: hiramrs@terra.com.br
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