quinta-feira, 28 de outubro de 2010

FUNDADOR DO PT ABANDONA UM PARTIDO QUE NAUFRAGA!

*Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS

“A possibilidade da eleição dela é bastante preocupante, porque seria a vitória da demagogia e da farsa sobre a competência e a dedicação à coisa pública. Foi Serra quem introduziu no Brasil o medicamento genérico; tornou amplo e efetivo o tratamento das pessoas contaminadas pelo vírus da AIDS, o que lhe valeu o reconhecimento internacional. Suas realizações, como prefeito e governador, são provas de indiscutível competência. E Dilma, o que a habilita a exercer a Presidência da República? Nada, a não ser a palavra de Lula, que, por razões óbvias, não merece crédito.” (Ferreira Gullar – na década de 1960 era militante comunista)

Os idealistas, os fiéis aos princípios democráticos, os que não se deixaram corromper pela máquina do estado abandonam a frágil e errante Nau Petista. Um a um, os fundadores e intelectuais do partido sentem que os rumos tortuosos tomados por lideranças corruptas e oportunistas se afastaram dos ideais por eles traçados. A preocupação do PT atual não é mais com o povo ou com a nação, mas em agigantar o já mastodôntico quadro de funcionários com seus sequazes, de transformar os órgãos do governo em balcão de negócios ilícitos favorecendo os apadrinhados do poder. O jurista Hélio Bicudo considerando que o sistema democrático corre risco com a eleição de Dilma, declara seu apoio ao tucano José Serra.

O jurista Hélio Bicudo apóia José Serra

Dayanne Sousa, Terra Magazine, Quarta, 20 de outubro de 2010.

“Se Dilma vencer, democracia estará em risco”. (Hélio Bicudo)

Um dos fundadores do PT, o jurista Hélio Bicudo declara seu voto ao candidato do PSDB à presidência, José Serra, pelo que crê ser um "raciocínio democrático". Duas vezes deputado, ele defende a alternância de poder e acredita que a eleição da petista Dilma Rousseff daria muito poder ao partido e ao presidente Lula.

- Eu acho que você tem um sistema democrático que está em risco na medida em que a Dilma vencer estas eleições. Na verdade, ela diz que ela é o Lula e o Lula diz que ela é ele. Então, quer dizer, você vai entregar nas mãos do Lula a presidência da República. Isso é o caminho para uma ditadura civil.

Em entrevista a Terra Magazine, Bicudo criticou o manifesto assinado por intelectuais e artistas em prol da candidatura de Dilma. "São pessoas que ainda não raciocinaram democraticamente", rebate. O documento que conta com apoio de Chico Buarque, Oscar Niemeyer, Marilena Chauí e Leonardo Boff foi apresentado na noite de segunda (18).

Hélio Bicudo deixou o PT em 2005 após as denúncias de corrupção do chamado "Mensalão". Hoje, preside a Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos.

Apesar de apontar a corrupção como o motivo de sua saída do partido, Bicudo demonstra decepção com a liderança de Lula, a quem chama de "dono do PT".

- O Lula, enquanto presidente do PT anulou todas as possibilidades de novas lideranças surgirem, para ser ele apenas.

O jurista falou ainda de quando recebeu do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim e de Antonio de Aguiar Patriota, a oferta de um cargo na UNESCO, que, na interpretação de Bicudo, não passava de "férias pagas pelo governo". Bicudo reclama que Lula não teria cumprido uma promessa feita quando o jurista era vice-prefeito de São Paulo, na gestão de Marta Suplicy (PT). Segundo ele, havia o compromisso de que o governo ofereceria um "posto internacional ligado aos direitos humanos".

- Havia um compromisso dele (Lula) com a Marta Suplicy no sentido de que, eu saindo da vice prefeitura de São Paulo, seria aproveitado em um posto internacional ligado aos direitos humanos. Nunca fui atrás de sinecura. Mas isso aí rodou, rodou e acabou nessa oferta de 45 dias em Paris por conta do governo. Eu, absolutamente, não aceitei e mandei uma carta ao Celso Amorim, dizendo que aquilo era um desaforo para mim. Mandei ainda uma cópia da carta ao Lula e ao Zé Dirceu. E acabou o assunto. Senti que estavam querendo me comprar. Para ir a Paris, não preciso de dinheiro público.

Crítico do atual sistema político, ele defende que apenas com uma reforma os partidos e o Congresso terão mais representatividade.

- O problema é que hoje os partidos políticos são todos iguais. As direções partidárias impedem a criação de novas lideranças.

*Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

E–mail: hiramrs@terra.com.br

Imagens da Internet – fotoformatação (PVeiga).

Nenhum comentário: