Por João Bosco Leal
Em observações realizadas durante a vida, penso que não são todos os que sentem orgulho de seu passado. E imagino também que isso deve ser muito triste para os que não se sentem assim.
A sociedade cobra muito caro daqueles que erram. A maldade do ser humano é enorme e, quando alguém erra, seja comercial ou socialmente, de modo acidental, inocente, ou mesmo conscientemente, seu erro logo é de conhecimento geral e, normalmente, muito maior do que realmente ocorreu. Nunca se vê alguém comentando um erro de outro como se tivesse ocorrido de modo acidental, sem a intenção de prejudicar.
Os comentários sempre são críticos, ácidos e sarcásticos, sempre condenando quem errou. Comenta-se com muita facilidade sobre a moral, os bons costumes e muitas outras coisas, sendo que, normalmente, quem comenta é uma pessoa de atitudes muito piores do que aquele sobre quem ela está comentando.
As pessoas, além de não olharem para seus próprios erros, não pensam sobre o mal que estão provocando nos outros. Seus comentários nunca ficarão restritos àqueles a quem contou, mas estes contarão a outros, e assim por diante, todos aumentando e distorcendo o que ouviram, com consequências inimagináveis.
Pessoas que nem sequer existiam quando o fato ocorreu nascem marcadas pelo mesmo, e sempre serão apontadas e lembradas como descendentes daquele que, em determinada época, teve essa ou aquela atitude prejudicial a alguém ou a muitos.
Tenho visto pessoas boas, honestas, de caráter, mas que carregam um grande peso em seu nome, que as prejudica onde quer que cheguem, em decorrência de atitudes de seus antepassados e, muitas vezes, há mais de uma ou duas gerações. São os filhos, netos e até bisnetos de alguém que, no passado, cometeu um ou vários erros.
Provavelmente, se os comentários da época da ocorrência dos fatos não tivessem sido tantos, ou tão aumentados, só pagaria por seus erros quem os cometeu, e não seus descendentes. Mas essa não é a realidade em que vivemos. Nela, quando erramos, prejudicamos social e comercialmente também nossos descendentes, que serão lembrados como filhos ou netos daquele que cometeu o erro.
Mais mal ainda fazem os que comentam inverdades, fatos não ocorridos e, mesmo sabendo disso, continuam passando a conversa adiante. Histórias de duas pessoas, ocorridas entre quatro paredes, sem como nem porquê, tornam-se públicas, muitas vezes destruindo a moral e até o lar de alguém, como se lá estivessem muitas outras pessoas, que teriam testemunhado o ocorrido e agora o comentam.
O julgamento do comportamento de outra pessoa não nos cabe, pois nem sequer temos competência para tanto. São situações, fatos e atitudes que ocorrem em determinada circunstância, de conhecimento e motivação exclusivos dos que lá estavam e deles participaram.
Como não conseguiremos mudar o comportamento dessas pessoas, o mais correto é que evitemos, o tanto quanto possível, incorrer em erros, quaisquer que sejam, de modo a não nos envergonharmos de nosso passado, e, mesmo assim, com a maldade do ser humano, alguns sempre falarão mal de nós, principalmente quando obtivermos sucesso, e essas pessoas não.
Quem vive de modo a ter orgulho de seu passado, certamente estará propiciando um bom futuro para si e seus descendentes. Não devendo nada, sejam favores, obrigações, dinheiro, e principalmente desculpas, serás um vitorioso.
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