Por José Eugênio Maciel
“A esperança é o pão sem manteiga dos desgraçados”
Aparício Torelly (Barão de Itararé
Se alguém disser que um senador, qualquer um deles, não tem coração, esse alguém estará totalmente enganado. Todos os atuais senadores e os que já passaram pelo Senado têm um ótimo coração! O bom coração deles se caracteriza pela bondade em abundância. Claro, a bondade abundante das nobres excelências é para eles mesmos e se estende aos familiares de cada parlamentar.
Oito anos de mandato de um senador é fixinha - limpa ou suja – e não é nada ante aos incontáveis privilégios inerentes ao Senado Federal. Como são muitos, basta citar um fato para estarrecer. O senador Romeu Tuma (PTB-SP), quando fazia campanha para tentar se reeleger, teve agravado o estado de saúde, tanto é assim que prossegue internado. Dada a gravidade do problema cardiológico, ele recebeu um coração artificial que auxiliará nos batimentos. O coração artificial veio da Alemanha e custou 700 mil reais.
Para seis milhões de brasileiros que sofrem de problemas semelhantes ao do senador certamente é muito dinheiro, pois se não fosse o valor elevado esses mesmos brasileiros também mandariam vir do exterior um coração artificial e pagariam 700 mil.
Aí que vem o detalhe, os seis milhões e todos nós demais brasileiros, pagaremos a conta do senador. O Senado, com o dinheiro do contribuinte, bancará toda esta conta, como aliás paga os ex-senadores quando eles têm problemas médico-hospitalares.
Tuma faz parte de uma elite de 400 brasileiros que inclui os atuais 81 senadores, quem já foi, além dos familiares deles. O plano de saúde do Senado nem de longe lembra o SUS e apenas este ano o Poder Legislativo já pagou 32 milhões de reais com despesas médicas.
A palavra privilégio, que etimologicamente se origina do latim privilegiu, junção da palavra légis, privilégio são leis privadas típicas da nobreza. Privilégio é o direito exclusivo, a regalia, a imunidade individual e, como tal, para poucos. Portanto a vantagem concedida aos senadores, como o Tuma, é sustentada pela gente pobre que morre nas filas de hospitais tantas vezes caindo aos pedaços, (ambos) à míngua, pessoas abortadas pelas elites econômicas e políticas que predominam no Senado. Os detentores dos privilégios senatoriais chegam lá pelo voto do povo, um povo envolto pelo sorriso dos belos dentes e de generosos corações, bem tratados pelo Erário.
Imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga)>
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