Não chega a surpreender a manipulação criminosa que o PT adota em suas ações de governo.
Mas é de indignar o mais indiferente dos cidadãos o nível que a desfaçatez vai alcançando, como se nota agora com as rodovias federais concedidas pela gestão Lula.
Sob o manto de que saíram baratinho para os usuários, vê-se a cada dia que, pelo que oferecem, são um assalto à mão armada.
Em 2007, o governo federal levou a leilão sete lotes de estradas. Dá cerca de 2.700 km. Deve-se perguntar ao distinto público se, passados dois anos e meio, percebeu diferenças significativas nas vias leiloadas por onde trafega.
Afora as praças de cobrança dos pedágios que passou a pagar, a resposta é não, como mostra a Folha de S. Paulo em sua edição de hoje.
De cada quatro reais que deveriam ser investidos, apenas um foi aplicado. Quem desce pela concedida Régis Bittencourt (BR-116) de São Paulo a Curitiba, por exemplo, continua a deparar-se com os acidentes quase diários na Serra do Cafezal.
No mínimo pelo próximos três anos, os contratempos aumentarão: é o dilatado prazo que a concessionária obteve para duplicar um trecho de 30 km de serra entre Juquitiba e Miracatu.
É bom ter paciência: em julho, numa dessas interdições, os motoristas gramaram 12 horas de lentidão na rodovia.
(...)
Ampliações e duplicações só estão previstas para as calendas. Em dois anos, a OHL, concessionária que arrematou 2.100 km dos 2.700 km leiloados, por exemplo, não fez nenhuma obra que permitisse acabar com gargalos viários. Só tapa-buracos.
Pior: em fins de 2009, o governo federal dilatou o prazo, permitindo que as obras rodoviárias mais importantes fossem postergadas pelas empresas. Dizem elas que o pedágio baratinho não permite melhorar as estradas.
Por isso, foram bater às portas da enfermaria do BNDES. Ou seja, o que o usuário paga a menos nas praças de pedágio, o contribuinte subsidia no guichê do bancão federal.
Também na edição de hoje, a Folha mostra que os preços dos pedágios foram jogados para baixo não por causa de um bem-sucedido modelo bolado pelos petistas, mas sim por causa de crassa manipulação.
A manobra foi apontada pelo Tribunal de Contas da União e consiste em usar, para fins de cálculo da tarifa máxima, um fluxo de veículos menor que o real.
Como na prática as estradas recebiam mais carros do que o governo estimara nos editais de concessão, as empresas puderam entrar nos leilões oferecendo descontos vistosos.
Responsável pelas concessões, a ANTT informou ao TCU que não atualizou os cálculos de tráfego "para não atrapalhar o PAC"!
"O resultado foi que o governo Lula conseguiu faturar politicamente ao divulgar o sucesso do leilão, mas com descontos que não correspondiam à realidade", informa o jornal.
Na sexta-feira passada, do alto de um palanque em Osasco, Lula disse que são "um roubo" os pedágios praticados nas estradas de São Paulo - estradas consideradas as melhores do país; estradas onde, por causa das melhorias e do excelente estado de conservação, mil mortes são evitadas por ano; estradas que, em 74% dos casos, estão em ótimo ou bom estado, enquanto 70% das federais estão em condições péssimas, ruins ou regulares.
Nas rodovias concedidas pelo governo Lula, é assim. Tudo bem baratinho, mas muito ordinário.
Fonte: ITV/ Pauta em Ponto/Íntegra : Baratinho e ordinário e "Camuflados".
Imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga).
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