sexta-feira, 6 de agosto de 2010

NORTON MACEDO CONTRIBUIU COM O DESENVOLVIMENTO DE CAMPO MOURÃO

Faleceu nesta quinta-feira (05/08/2010), por volta das 6 horas da manhã, na UTI do Hospital Santa Cruz, em Curitiba, o ex-deputado federal, Norton Macedo Correia, de 73 anos de idade.

Ele teve problemas cardíacos na semana passada, e nos últimos dias seu quadro clínico se agravou, culminando com sua morte no início da manhã de ontem.

Além de deputado federal por três mandatos (1975-1979, 1979-1982,1983-1987), Norton Macedo, ocupou outros importantes cargos, entre eles, o de procurador geral do estado durante o Governo Ney Braga. Sua última participação em funções públicas foi no governo de Mário Pereira (1994), como presidente do Banestado.

A carreira de Norton Macedo começou nas eleições de 1974. Ex-secretário do ministro Ney Braga, que ocupava a pasta da Educação e Cultura no governo de Ernesto Geisel (1974-1979). Macedo disputava uma cadeira na Câmara dos Deputados, com apoio direto de Ney Braga.

Na região de Campo Mourão fez a dobradinha com o ex-prefeito de Campo Mourão, Horácio Amaral. A união visava aproximar o ex-prefeito de Campo Mourão da figura de Ney Braga e abrir uma região, que ainda não tinha representatividade política em Brasília, para Norton Macedo.

A união foi interrompida em 7 de agosto de 1974 (completando amanhã, 36 anos) com a morte de Horácio Amaral, em acidente automobilístico. Para substituir o ex-prefeito, lideranças políticas acabaram escolhendo o ex-vereador Augusto Carneiro, que acabou permanecendo na primeira suplência, vindo assumir o cargo durante a legislatura.

Em 1978, novamente Norton Macedo e Augusto Carneiro repetiram a dobradinha. Entre as diversas obras de Norton Macedo em Campo Mourão destaca-se o Centro Social Urbano, o Colégio Unidade Pólo e a pavimentação da Rodovia Campo Mourão-Pitanga.

O ex-prefeito Renato Fernandes Silva (1973/76) menciona que o deputado chegou a telefonar-lhe, pedindo a indicação de uma área para a construção do Centro Social Urbano. “Somente Campo Mourão e Toledo ganharam unidade”.

O ex-deputado estadual Augusto Carneiro lembra que foi o empenho de Norton Macedo, junto com Ney Braga, que a pavimentação da rodovia ligando Campo Mourão a Pitanga foi concretizada. Ele destaca que as ações de Norton Macedo estão em todos os municípios da Comcam. “Tudo que era necessário naquela época, teve a colaboração do Norton. Perdi hoje um grande amigo”.

“Norton Macedo foi um dos maiores parlamentares que o Paraná pode dar ao Brasil” cita o ex-prefeito e vereador prof. José Pochapski.

Livro - O historiador Jair Elias dos Santos Júnior também teve ligações com Norton Macedo. “Conheci o ex-deputado em 2005. Ele fez a correção do meu livro “Palácio Iguaçu: coragem de realizar de Bento Munhoz da Rocha Netto, dando valiosas informações”. Segundo Jair Elias, Norton Macedo tinha em seu apartamento uma das maiores bibliotecas sobre história política e social do Paraná e do Brasil. “Até no nosso último encontro, demonstrou certa preocupação com o destino do acervo. Entre eles, livros raros da história do Paraná”.

A política por vocação - Da política estudantil, ingressou na União Democrática Nacional - da qual só saiu com sua extinção em 27 de outubro de 1965. Foi como membro da chamada ala jovem da UDN que Norton se integraria na campanha do então major Ney Braga a Prefeitura de Curitiba, início de uma amizade que resistiu a todos os embates políticos - e que prosseguiu até a morte de Ney Braga em 2000.

Mas a grande admiração política de Norton sempre foi por Bento Munhoz da Rocha Neto, "exemplo de estadista maior que o Paraná já teve", relata numa entrevista dada para Aramis Millarch em 1989.

Foi por admirar Bento, já constituinte em 1946, que Norton sempre alimentou o sonho de ser deputado federal.

Secretário pessoal de Ney Braga por cinco anos, evitando sempre cargos executivos, Norton admitia que só em 1974 sentiu-se suficientemente maduro para disputar o seu projeto maior: uma cadeira de deputado federal.

Eleito com 85 mil votos, teria 87 mil em 1982 e 72 mil em 1982, "sofrendo o desgaste de ocupar na época a presidência do PDS". Em 1986, alcançou apenas 25 mil votos, o que lhe deixou numa distante suplência.

Alinhando-se entre os chamados rebeldes do PDS, Norton Macedo tomou posições críticas ao governo desde 1975, no início de seu mandato. Uma das primeiras brigas foi com o ministro Armando Falcão, da Justiça, quando denunciou a censura da peça "Abajur Lilás" de Plínio Marcos. Inúmeras vezes, Norton Macedo subiu ao plenário para, mesmo sendo do partido do governo, fazer críticas ferozes a ministros e atitudes da Presidência. Uma das suas críticas mais contundentes foi contra o ministro Dirceu Nogueira, dos Transportes, em relação ao abandono das rodovias federais no Paraná.

Apesar de todo seu entusiasmo político, Norton mostrou-se pessimista em relação a ação dos deputados federais no que diz respeito a trabalhos maiores, "acima de meros despachantes de interesses regionais".

Da "Coluna do Ely".

É do acervo de Jair Elias dos Santos Júnior a foto acima, em que Norton tem em mão um livro de minha autoria "Campo Mourão-centro do progresso".

Nenhum comentário: