As Farc, o PT e os objetivos de longo prazo do Foro de São Paulo
Nota Editoria MÍDIA@MAIS:
No momento em que os destinos da política nacional mais uma vez serão decididos através das urnas - ou assim, pelo menos, a opinião pública nacional é levada a crer -, com a eleição presidencial que se aproxima o PT e vários outros partidos e agremiações de esquerda se reúnem na Argentina, no XVI Encontro do Foro de São Paulo.
O que pouca gente parece entender, e a indiferença ou cumplicidade daqueles que teriam por obrigação informar o público corretamente não contribui em nada para ajudar a esclarecer, é que os verdadeiros rumos da política nacional podem estar sendo definidos nessa obscura reunião de extremistas de esquerda, muitos dos quais são membros do partido que governa o Brasil, um evento que conta com a chancela do governo brasileiro, como prova a leitura de uma carta assinada pelo próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas, afinal, o que é o Foro de São Paulo e quais as suas implicações na política nacional?
Para responder isso o MÍDIA@MAIS disponibiliza para o público um relatório especial sobre o assunto, tentando condensar o máximo de informações sobre o assunto e torná-lo inteligível ao leitor alheio ao linguajar da esquerda, muitas vezes cifrado, tendo como destinatários apenas seus pares.
Esperamos que aqueles que leiam este texto percebam como os fatos aqui descritos poderão exercer forte influência sobre os rumos do país, que poderá evoluir, dependendo do que acontecer nos próximos meses, para um regime autoritário de fato, claramente calcado nos modelos cubano e venezuelano.
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OBS: A compilação dos documentos citados nesse artigo pode ser baixada clicando-se aqui.
Diante da denúncia dessa arregimentação por um número reduzido, porém insistente de pessoas e pequenos órgãos de mídia, criaram-se entraves técnicos para o acesso às páginas comprobatórias do vínculo PT-Farc nos sítios oficiais das organizações participantes do citado “Foro”.
No entanto, as fontes ainda disponíveis e aquelas que tiveram conteúdo acessado por outros meios tornam possível não só oferecer um corpo de evidências suficiente para atestar a veracidade da acusação do vínculo criminoso apontado pelo candidato à Vice-Presidência Índio da Costa, bem como permitem requerer ao Poder Judiciário o desbloqueio do acesso às fontes indicadas e a quaisquer outras de conteúdo semelhante, bem como a busca e apreensão da documentação material e eletrônica comprobatória em posse das organizações e indivíduos explicitamente envolvidos, evitando-se, com essa medida, o risco da derrocada do estado de direito e da perda da estabilidade institucional no país.
A gravidade da situação não está, de forma alguma, sendo exagerada. O maior erro que se pode cometer na análise dos fatos que serão demonstrados abaixo é compreendê-los dentro de esquemas explicativos com base em acontecimentos históricos anteriores, tomando o processo de evolução da social-democracia européia como uma constante histórica. A relativa moderação das políticas do Governo Lula, se comparadas àquelas que o PT tradicionalmente pregou, não indica uma acomodação progressiva ao jogo democrático e a submissão às instituições características das nações ocidentais desenvolvidas. A chave de interpretação não pode ser a mesma, pois as condições são outras, o contexto é diferente.
O Foro de São Paulo foi formado para viabilizar a entrada da esquerda radical no processo democrático eleitoral, já que, como explica seu fundador, Luiz Inácio Lula da Silva, com a Queda do Muro de Berlim as condições já não se apresentavam como na época da Guerra Fria.
Fazia-se necessário às forças revolucionárias se apresentarem de outra forma para conquistarem o poder e, aí então, fazerem as mudanças que defendiam. Não houve, portanto, uma mudança de finalidade, a exemplo do que ocorreu na esquerda européia, mas de estratégia para a tomada do poder hegemônico.
É verdade que o Presidente Lula expressou publicamente sua preferência de que as Farc se tornassem um partido político, mas o fato de a organização manter a atuação como guerrilha jamais foi motivo de repreensão pública nas resoluções do Foro de São Paulo.
O terrorismo das Farc é até mesmo justificado apelando-se ao contexto colombiano, da mesma forma com que a candidata Dilma Rousseff justifica sua atuação como terrorista.
Deve-se enfatizar que o que foi dito acima não é uma mera interpretação possível, tão válida como a da “europeização da esquerda” ou qualquer outra.
É a situação conforme descrita pelos próprios envolvidos e reiterada nas "Resoluções Aprovadas no 4º Congresso do PT", em fevereiro de 2010, que enfatizam a premência da consolidação da hegemonia do Partido através da eleição de Dilma Russeff e a subsequente convocação de uma nova assembléia constituinte, o que inevitavelmente levará a um cenário de polarização da sociedade brasileira - a exemplo do que ocorre na Venezuela sob a aprovação do Foro de São Paulo - através de mudanças institucionais radicais chanceladas pelo uso abusivo do instrumento do plebiscito, abrindo-se questões complexas para consulta e referendo a um povo manipulado pelos “programas sociais” do atual Governo e ignorante dos vínculos e das verdadeiras intenções do Partido dos Trabalhadores.
Para demonstrar de forma inequívoca a realidade do quadro descrito, foram utilizadas abaixo algumas fontes da rede mundial de computadores que já não estão mais disponíveis, mas cujo conteúdo pode ser parcialmente resgatado através dos instrumentos da “Internet Archive”, uma organização não-governamental que procura preservar a memória da internet. Para tanto, a ONG recebe apoio de respeitadas instituições, como o Smithsonian Institute e a Biblioteca do Congresso Americano, o que é suficiente para atestar a confiabilidade do projeto.
Ela mantém a Wayback Machine, um recurso que permite a visualização do conteúdo antigo de milhões de páginas da internet.
Foi através dele que conseguimos resgatar o texto de páginas já não mais acessíveis, mas cujo conteúdo será aqui reproduzido.
A exposição que se segue está dividida em 4 partes:
1. em “O Presidente, o PT e o Foro de São Paulo”, será demonstrada a importância do Foro de São Paulo para a articulação da esquerda radical latino-americana, caracterizando-se, no caso brasileiro, como uma instância paralela mas integrada ao Poder Executivo.
Utilizando-se as palavras do próprio Presidente Lula, será fornecido um breve histórico da formação da entidade, o contexto em que foi gestada e sua importância em acontecimentos políticos recentes na região, sendo representada, em nossa política externa, dentro do Poder Executivo, pela figura de Marco Aurélio Garcia. Também será destacada a importância dada ao Foro de São Paulo nas resoluções do 3º Congresso do PT, em 2007;
2. em “O Foro de São Paulo, as Farc e o PT”, será destacada a participação das Farc no FSP e a relação entre a organização colombiana e o PT;
3. em “Apagando as Fontes”, será abordado como as instituições e indivíduos envolvidos com o Foro de São Paulo ocultaram as fontes antes disponíveis em seus sítios na internet, o que evidencia a tentativa de esconder informações que preferem não ver divulgadas;
4. em “Estratégia Revolucionária”, através de declarações de importantes membros do PT e outras fontes, ficará evidente como a imagem de moderação que o Partido adotou há alguns anos esconde um projeto revolucionário mais radical através da tomada do poder pela via democrática, em conformidade com o receituário de Lênin, a despeito da forma como essa moderação estratégica possa parecer aos olhos de setores mais afoitos do PT.
Esperamos, com essa exposição, ajudar a uma melhor compreensão da natureza do Partido dos Trabalhadores e seu projeto hegemônico revolucionário, que já está sendo implementado através da via eleitoral.
É nesse contexto que deve ser interpretada a política externa do Governo Lula, a integração regional que promove o apoio a Chávez e outros líderes da esquerda latino-americana, seu dissimulado apoio às Farc - o que não o tem impedido de se alinhar a Chávez em contraposição ao governo colombiano -, e as propostas de controle da imprensa e outros setores da sociedade.
1. O Presidente, o PT e o Foro de São Paulo
1A Fotos que documentam a participação de Luiz Inácio Lula da Silva em duas edições do Foro de São Paulo.
1Aa Em 2001, quando o FSP ocorreu em Havana, Cuba:
1Ab Em 2005, quando ele voltou a ocorrer na cidade de São Paulo:
1B Referências do Presidente à importância do Foro de São Paulo na articulação da esquerda latino-americana.
1Ba “Discurso do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no ato político de celebração aos 15 anos do Foro de São Paulo”, na cidade de São Paulo, Brasil, em 02 de julho de 2005.
A transcrição integral se encontra disponível no site oficial da Secretaria da Imprensa da Presidência da República Federativa do Brasil, neste endereço.
"Em função da existência do Foro de São Paulo, o companheiro Marco Aurélio tem exercido uma função extraordinária nesse trabalho de consolidação daquilo que começamos em 1990...
Foi assim que nós, em janeiro de 2003, propusemos ao nosso companheiro, presidente Chávez, a criação do Grupo de Amigos para encontrar uma solução tranqüila que, graças a Deus, aconteceu na Venezuela.
E só foi possível graças a uma ação política de companheiros. Não era uma ação política de um Estado com outro Estado, ou de um presidente com outro presidente.
Quem está lembrado, o Chávez participou de um dos foros que fizemos em Havana. E graças a essa relação foi possível construirmos, com muitas divergências políticas, a consolidação do que aconteceu na Venezuela, com o referendo que consagrou o Chávez como presidente da Venezuela.
Foi assim que nós pudemos atuar junto a outros países com os nossos companheiros do movimento social, dos partidos daqueles países, do movimento sindical, sempre utilizando a relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política."
Neste discurso o Presidente caracteriza o FSP mais claramente como uma instância de exercício de poder paralela, mas integrada ao atual Poder Executivo, o que tipifica uma indevida e perigosa mistura de Estado e Partido, rompendo assim com os preceitos básicos essenciais do estado de direito.
Opinião - América Latina
do blog: "Resistência Democrática". Imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga).
2 comentários:
Ola Pedro, tudo bem? Primeiro gostaria de dizer que esta fazendo um belo trabalho de divulgacao dos atos do Foro. Postei uma parte la no Facebook na Comunidade Nao quero Dilma Presidente, no topico Para o povo Pao e Circo. Segundo, repartir com voce a saudade que sinto de minha mae que era igualzinha a sua, ate na aparencia, nos atos de amor e dedicacao. Linda mensagem de um filho a sua mamae. Parabens, amigo. Ah, que saudade da minha mamae!
Obrigado Tereza é sempre um renovado prazer tê-la em meu blog, com seu comentário...
Já estava com saudades de seus pitacos nos políticos anárquicos deste nosso querido Brasil...
Abração do PVeiga
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