Na quarta-feira, Lula lavou as mãos na bacia de sangue da tirania iraniana e não quis se envolver com o caso da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento. No sábado, fez uma oferta a Mahmoud Ahmadinejad — por quem tem “carinho e amizade”: recebe a mulher no Brasil se ela é um “incômodo” no Irã. Escrevi nesta madrugada um post a respeito, vejam lá. A censurada imprensa daquele país, que, até então, ignorava o caso, passou a tratar do assunto, dando destaque justamente à “oferta” de Lula. Um dos filhos de Sakineh afirmou que há a possibilidade de o governo do Irã aceitar a proposta.
Está em curso uma operação casada para maquiar tanto a moral de Ahmadinejad como a de Lula. Sakineh se transformaria numa espécie de “bode exultório” do suposto apreço que esses dois magníficos governantes teriam pelos direitos humanos. O negador do Holocausto, que pendura em guindastes seus adversários, demonstraria a sua face compreensiva, enviando uma condenada para o Brasil. Lula, por sua vez, provaria ao mundo que a sua política de aproximação e diálogo com o Irã é proveitosa, resultando num fato positivo.
É próprio dos tiranos, dos ditadores e dos demagogos fazer a história girar pelo avesso, invertendo, se preciso, até mesmo o sentido das palavras — coisa de que George Orwell tratou como ninguém no livro “1984″. Há, sim, a possibilidade de Sakineh ser enviada ao Brasil, como exemplo da humanidade e da sensibilidade de Lula e de… Ahmadinejad! De certo modo, o financiador de terrorismo deve a seu colega esse “favor”. Afinal, o Babalorixá queimou boa parte de sua reputação internacional emprestando seu apoio incondicional ao governo iraniano. Não se espantem se a mulher for enviada diretamente do apedrejamento para o palanque de Dilma Rousseff…
Tal gesto teria repercussão mundial. Os antiamericanos e a esquerdalha mundo afora tratariam o evento como a absolvição do regime iraniano e da política externa destrambelhada do Brasil. Ahmadinejad continuaria a enforcar seus adversários — para os quais Lula não oferece asilo —, e o Babalorixá continuaria a alimentar sua “amizade” e seu “carinho” pelo terrorista nuclear.
Lula se oferece para “salvar” a vida de Sakineh para que Ahmdinejad continue a matar sem medo de ser feliz.
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