segunda-feira, 9 de agosto de 2010

LULLA, AMIGO DE TIRANOS

Por Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS

“O Irã foi o primeiro país da Ásia a ter uma Constituição e mulheres à frente de Ministérios. Hoje livros são proibidos, e mulheres são condenadas ao apedrejamento por adultério. Sei que o presidente Lula disse que não é papel dele interferir nesse assunto, mas o fato é que, ao não interferir, ele já está interferindo. Não existe inocência neste mundo”. (Azar Nafisi)

O jornal americano Washington Post publicou no dia 3 de agosto, um artigo, assinado pelo colunista Jackson Diehl, afirmando que o presidente Lulla é o melhor amigo dos tiranos do mundo. Diehl foi motivado a escrever o texto depois de tomar conhecimento do ridículo pedido de Lulla, ao “amigo Ahmadinejad”, para que este autorizasse o asilo de Sakineh Mohammadi Ashtiani no Brasil já que “ela estaria causando problemas no Irã”. A inocência, ou ignorância, e despreparo de Lulla e do pessoal do Ministério das Relações Exteriores Brasileiro é público e notório e a cada ação ou pronunciamento escancaram ao mundo sua inépcia no trato das questões internacionais.

“Não é essa mulher a quem Lula oferece asilo que está incomodando Ahmadinejad, é ele que a está incomodando ao condená-la a morte. E digamos que ela venha para o Brasil. Todas as pessoas na fila do apedrejamento, as dezenas de jornalistas presos, as jovens encarceradas por usarem batom, todas as pessoas que incomodam Ahmadinejad terão que vir também para o Brasil, ou seja, 80% população. Não entendo como um democrata pode ser amigo de um inimigo da democracia. Apoiar Ahmadinejad vai contra a própria convicção de Lula de que não deve existir pena de morte”. (Azar Nafisi)

Lula obstruído pelo Irã

By Jackson Diehl, The Washington Post, 3 de agosto de 2010.

“O melhor amigo dos tiranos em todo o mundo democrático - o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva - foi mais uma vez humilhado por um de seus clientes.

Trata-se de Mahmoud Ahmadinejad, o patrocinador do terrorismo e negador do Holocausto, a quem Lula abraçou pública e literalmente. No final da semana, pressionado por protestos domésticos, Lula apelou ao presidente iraniano para libertar Sakineh Ashtiani - uma mulher iraniana condenada a morrer lapidada sob acusação de adultério - e permitir-lhe exilar-se no Brasil.

Se a minha amizade e afeição pelo presidente do Irã têm importância, e se esta mulher está causando problemas lá, vamos acolhê-la aqui no Brasil’, proclamou Lula. Na terça-feira, o líder brasileiro recebeu a resposta: uma recusa direta do governo de Ahmadinejad, que com excessiva condescendência descreveu Lula como meigo: ‘Tanto quanto sabemos, ele é uma pessoa muito humana e emotiva que provavelmente não recebeu informação suficiente sobre o caso’, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast. ‘O que pode ser feito é informá-lo sobre os detalhes do caso desta pessoa que cometeu um crime e foi condenada em consequência’.

Os detalhes são estes: Ashtiani, 43, mãe de dois filhos, foi julgada culpada em 2006 por ter ‘um relacionamento ilícito’ com dois homens. Ela foi punida com 99 chibatadas. Depois a corte mudou a acusação de adultério e a sentenciou à morte por lapidação. Ela está sendo objeto de uma campanha internacional, inclusive no Brasil, onde uma petição questionando o fracasso de Lula em falar sobre os direitos humanos no Irã recebeu mais de 100 mil assinaturas.

Esta não é a primeira vez que Lula ficou embaraçado por causa de seu ‘amigo’ iraniano. Em maio, Ahmadinejad o induziu a desempenhar o papel de inocente útil [useful idiot], por ocasião da votação de sanções no Conselho de Segurança da ONU. Em Teerã, o presidente brasileiro assinou um memorando delineando um suposto compromisso sobre o programa nuclear iraniano - que se revelou imediatamente um roubo por Teerã e uma paralisação para os membros permanentes do Conselho de Segurança. Os votos de sanção prosseguiram.

Ahmadinejad também não é o único ditador a contar com o apoio incondicional de Lula. Em fevereiro último, Lula esteve muito ocupado acariciando Raul e Fidel Castro em Cuba, no momento em que o regime anunciava que um dissidente preso, Orlando Zapata Tamayo, havia morrido em decorrência de uma greve de fome. Lula disse que ‘lamentava’ a morte, mas prosseguiu sua visita, mesmo quando o governo lançava uma campanha de propaganda escusando-se pela morte de Zapata.

O mandato de Lula como presidente está chegando ao seu termo; ele está fazendo cerrada campanha para sua sucessora escolhida, Dilma Roussef. Comentários no Brasil dizem que Lula também sonha tornar-se o próximo secretário-geral da ONU. De onde seu desejo de poder demonstrar que é capaz de persuadir governantes tais como Ahmanidejad a ouvir a voz da razão. Só que ele aparentemente não pode”.

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

E-mail: hiramrs@terra.com.br

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