Por Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS
Jornal Nacional
Embaralhando a Eleição
Reinaldo Azevedo escreve um artigo fantástico em que analisa a fantástica “fluência verbal” da candidata do PT à Presidência da República.
Dilma solta o corcel destrambelhado
Por Reinaldo Azevedo
“Depois daquele breve momento no Jornal Nacional em que quase conseguiu conciliar sujeito e predicado, a petista Dilma Rousseff voltou a soltar o corcel destrambelhado, com aquela sua apreensão muito pessoal da língua portuguesa. Vamos ver.
‘Eu repudio essa tentativa de levantar esse tipo de problema em campanha eleitoral. Primeiro, porque tenta embaralhar as questões. Segundo, porque não vou me dispor de ficar levantando procedimentos indevidos em campanhas alheias no passado. E também porque falam vazou isso vazou aquilo’.
‘Não vou me dispor de ficar’ é qualquer coisa entre o javanês e o indo-europeu… Curioso o juízo da candidata. Como estamos em período eleitoral, as eventuais safadezas de adversários não podem, então, ser apontadas, donde decorre uma lógica tão particular quanto a sua gramática: as eleições são, então, períodos particularmente propícios aos salafrários. Coisa de gênio! Ou alguém vai dizer que estou pegando no pé desta Schopenhauer da ética política?
‘Se fosse verdade que essa campanha tivesse feito qualquer coisa inadequada, todas as vezes que entramos na Justiça e pedimos esclarecimento, os esclarecimentos e as provas tinham acontecido’.
Que ‘todas as vezes’ são essas? Ademais, os processos têm o tempo adequado da apresentação das provas. Vamos lá. Luiz Lanzetta caiu, ao menos oficialmente, por quê? O sigilo fiscal de Eduardo Jorge estava ou não com petistas? Um dos antigos membros do bunker da Previ confessou ou não confessou a feitura de dossiês? Os ditos aloprados foram ou não pegos com a boca na botija?
‘Na campanha do presidente Lula em
Quanto a Regina Duarte, dizer o quê? Expressou o ‘medo’ que muitos tinham daquilo que o PT efetivamente falava, não daquilo que se atribuía arbitrariamente ao partido. De resto, medo justificado, sim, mesmo em face desse PT mais domesticado. Na reta final do governo Lula, depois de quase oito anos, não existem mais sigilos fiscal, bancário e telefônico no país; os fundos de pensão se converteram em bunkers do PT; a contaminação partidária já chegou ao Judiciário; são reiteradas as tentativas de censurar a imprensa, e o TCU foi alijado do acompanhamento de boa parte dos gastos feitos pelo governo federal e por estatais. Tudo obra inequívoca do PT. Se Regina Duarte tinha, entre outros medos, esses medos, então estava sendo prudente.
‘Deve ser muito criterioso que não se acuse sem provas porque no final da campanha tem gente que vai passar para a história das campanhas eleitorais como ter feito calúnia e difamado desnecessariamente pessoas e campanhas que não tinham provas’.
Jesus Cristo! É a sintaxe na sua fase de miséria. O que impede a candidata do PT de conciliar sujeito, verbo e complemento como fazem os pipoqueiros, os feirantes, os engraxates e QUASE todos os jornalistas? A impressão que tenho é que um pensamento tumultuado não consegue produzir uma expressão que concilie os termos essenciais de uma oração. Esse último trecho rende um tratado de linguística e neurologia.
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
E-mail: hiramrs@terra.com.br
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