Por José Aparecido Miguel, do blog Outras Páginas/JB
Em tempo de eleição presidencial, as fontes de informação do eleitor brasileiro são limitadas por lei. O humor também é censurado, criando-se um “Horário eleitoral sem graça”, como escreve Hélio de La Peña, humorista do “Casseta & Planeta”, exibido pela TV Globo.
A rádio Jovem Pan, sediada em São Paulo, mas presente em todo o país, tem dado destaque diário ao tema em editorial, apresentado pela voz de Joseval Peixoto (ouça AQUI).
“Como vamos escolher nossos representantes? O rádio não poderá se manifestar. É vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e noticiário, transmitir, ainda que sob forma de entrevista, imagens de realização de pesquisa ou qualquer outro tipo de consulta popular de natureza eleitoral. Ninguém poderá debater. Ninguém poderá ser entrevistado”.
A emissora coloca no ar um apelo: “A escolha dependerá só de você. É muito importante votar. A eleição é o grande momento da democracia, é você quem vai falar, é você quem vai decidir, é você quem vai eleger (…). Debata, pesquise, colha informação, questione e, afinal, vote bem. Vote consciente”.
Piada proibida
Hélio de La Peña comenta, em artigo na Folha de S.Paulo, domingo:
“E se a gente fizesse um jingle dizendo que agora o Lula está apoiando o Collor, e que o Collor apoia a Dilma?”. Essa ideia poderia ter surgido numa reunião do “Casseta”, do “Pânico” ou do “CQC”. Mas não, o jingle existe e faz parte da campanha eleitoral de 2010. Segundo as novas regras do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os humoristas estão proibidos de fazer piadas sobre os candidatos”.
O humorista acrescenta, em outro trecho, que deixar o humor de fora do processo eleitoral não eleva o nível das campanhas, não esclarece a população e não torna nossos políticos mais respeitáveis. “Pelo contrário, enfraquece o debate, tira a corrida presidencial das conversas nas esquinas e nos cafés das empresas. Impede o candidato de rir de si mesmo e, quem sabe, corrigir o rumo de sua campanha. Não estamos lutando pelo direito de difamar ou ferir a honra de ninguém, mas amordaçar nossos candidatos Dilmandona, José Careca e Magrina da Silva é um gol contra a democracia”.
La Peña completa: “O público conhece os programas humorísticos e sabe quais são suas propostas. Cabe aos políticos apresentar as suas com seriedade, de forma que o povo não as confunda com as dos humoristas”.
Publicado em Campanha eleitoral. - do site do "Franklin Jorge".
Imagens da Internet (PVeiga).
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