Por João Domingos e Christiane Samarco - O Estado de S.Paulo
Poder dividido "meio a meio". Assento no Planalto, entre os "ministros da casa", e no Conselho Político que assessora o presidente da República. Henrique Meirelles na equipe econômica.
Ministérios de "porteira fechada", os cargos de sempre nas estatais e postos de comando nas vedetes do petróleo, a Petrobrás e a Petro-Sal. Senado e Câmara sob seu comando.
Com a campanha eleitoral em curso e ainda a 42 dias da abertura das urnas, é com essa precisão cirúrgica, alimentada pela liderança nas pesquisas da candidata aliada, Dilma Rousseff (PT), que o PMDB já define as regras de ocupação do poder.
Como presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), no posto de vice da chapa presidencial, o PMDB estima o tamanho da cota futura de poder baseado no argumento de que agora, se Dilma ganhar, o partido não é mais "um convidado", mas na verdade um dos "donos da casa", o Palácio do Planalto.
A diferença entre "convidado" e "dono da casa" deriva do fato, como explicam os peemedebistas, de que, um governo Dilma seria fruto da coalizão do PT com o PMDB, e não de simples aliança construída depois da vitória - o que aconteceu, por exemplo, nos governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Núcleo
Por isso é que o partido, na condição de sócio-proprietário, já dá como certa a presença de um representante no núcleo político do Palácio do Planalto.
"Fomos o primeiro partido a assinar com o presidente Lula um compromisso de união política pela democracia, liberdade de imprensa e de opinião, respeito aos direitos humanos e aos movimentos sociais. Com Lula e com Dilma voltamos a ser o velho MDB, que combateu a ditadura", diz Moreira Franco, escalado para coordenar o programa de governo da candidata petista pelo lado do PMDB.
(...)
Como o partido conseguiu seis ministérios após aderir formalmente ao segundo governo Lula (2007-2010), passando a comandar orçamento superior a R$ 100 bilhões, o cenário pretendido na hipótese de vitoriosa a chapa PT-PMDB supera, em muito, as cifras e o atual espaço de poder.
A legenda, agora, quer assento no Palácio do Planalto, com participação garantida no núcleo da tradicional reunião das 9 horas com o presidente da República, e quer também ministérios em que os postos-chave não sejam divididos com outros aliados - a tal "porteira fechada".
Além das estatais e da Petrobrás e da futura Petro-Sal, o partido lembra que é candidato a também ratear poder nas agências reguladoras. (...)
O PMDB conta com o sucesso nas urnas como condição única para fazer o sucessor de Sarney, independentemente da presidência da Câmara.
O argumento é que o senador peemedebista teria direito a uma reeleição.
Dirigentes do partido também lembram que, tal como diria Lula, "nunca antes neste país" o PMDB foi aliado de primeira hora em uma campanha.
No novo cenário, a legenda se recusa a apadrinhar indicações como a de José Gomes Temporão, que Lula nomeou ministro da Saúde na cota do PMDB.
Um peemedebista da cúpula diz que, nesse caso, seu partido nem padrinho foi: "Servimos de barriga de aluguel para o PT, e isso não admitiremos mais."
Os golpistas e oportunistas, continua...
PPMDB quer o poder dividido ‘meio a meio’ se Dilma vencer
Vejam de quem o Senado poderá ser refém:
Partido quer Câmara e Senado sob seu controle
Do blog: "Camuflados". Imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga).
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