segunda-feira, 3 de maio de 2010

REFLEXÕES SOBRE A SITUAÇÃO ATUAL DA IGREJA

do blog do Angueth

Sexta-feira, Abril 30, 2010

O mundo está revoltado com a Igreja por um motivo que não o faz revoltado com ninguém mais...porque a mídia, que é tão rápida em atacar a Igreja nos casos de pedofilia, não ataca também os líderes religiosos de outras religiões, cristãs e não cristãs, pelo mesmo motivo, não ataca os espíritas, pelo mesmo motivo, não ataca os intelectuais e professores universitários, pelo mesmo motivo?


http://brunovelasco.files.wordpress.com/2009/02/bentoxvi_d.jpg?w=297&h=379Estamos presenciando neste momento um ataque geral contra a Igreja, na pessoa do Papa Bento XVI. O mundo está revoltado com a Igreja por um motivo que não o faz revoltado com ninguém mais. Tudo gira em torno da pedofilia. É claro que soará como uma piada diante do mundo dizer que a Igreja praticamente acabou com a pedofilia ao longo dos séculos desde a antiguidade. A pedofilia era prática comum na antiguidade. Desde que os valores da Igreja tornaram-se hegemônicos, a pedofilia tendeu a desaparecer do mundo. Isso ocorreu também com vários males que, com o desaparecimento dos valores cristãos do coração dos homens nos últimos séculos, estão voltando à superfície como, por exemplo, a escravidão. Este simples fato histórico é, como disse, piada para o mundo, tal o estado de desespero em que ele se encontra.

Muitos católicos estão atônitos e consternados com os ataques que a Igreja anda sofrendo, como se ela não tivesse sofrido ataques em toda a sua existência; como se seu Criador não nos tivesse alertado para a perseguição que o mundo nos faria depois de Sua Ascensão, e durante todos os séculos. O que é realmente impressionante é que o mundo não nos tenha atacado tanto durante os últimos 40-50 anos, período no qual a Igreja, na pessoa dos seus mais altos representantes, teve a pretensão de fazer as pazes com o mundo. A frase que selou esta paz foi a do Papa Paulo VI, em seu discurso de encerramento do Concílio Vaticano II: “a religião do Deus que Se fez homem, encontrou-se com a religião do homem que se fez Deus”. É uma frase impressionante vinda da boca de um papa. É a frase-síntese de um período em que a Igreja não foi atacada pelo mundo.

Agora que temos um papa que não subscreve esta frase, que acha que a Igreja tem muito que ensinar ao mundo, o mundo está reagindo. A Igreja está no lugar certo e o mundo no lugar errado, como sempre. O mundo não está atacando a Igreja por causa da pedofilia, pois sem a Igreja o mundo voltará à pedofilia. O mundo está atacando a Igreja porque ele é seu inimigo, porque seu príncipe é satanás. Muitos perguntam: porque a mídia, que é tão rápida em atacar a Igreja nos casos de pedofilia, não ataca também os líderes religiosos de outras religiões, cristãs e não cristãs, pelo mesmo motivo, não ataca os espíritas, pelo mesmo motivo, não ataca os intelectuais e professores universitários, pelo mesmo motivo? Ora, é fácil entender por quê. É que não se trata da pedofilia, senão do ódio que se tem da Igreja. Não é um ódio ao cristianismo, esta expressão pastosa e quase sem sentido, que hoje em dia identifica uma pletora de denominações protestantes, cujo número ultrapassa 10.000; isto mesmo, dez mil. É um ódio à Igreja Católica Apostólica Romana. Esta Igreja agora, sob o reinado de Bento XVI, está condenando o mundo, pouco a pouco, cautelosamente, como é do estilo do papa; mas está condenando. E isso é inaceitável para o mundo.

Mas existe outro aspecto deste ataque, este mais sutil, mais difícil de perceber. Chesterton, na sua época, percebeu a sutileza. Tal sutileza consiste no seguinte. O mundo paradoxalmente não admite nenhuma falha nos membros da Igreja. O mundo parece se horrorizar quando algum padre faz algo de errado. Chesterton dizia que isso é a maior homenagem que o mundo presta à Igreja, pois com isso, ele mostra que considera a Igreja santa, uma instituição que não pode ser maculada por membros corruptos e apodrecidos. É a homenagem que o doente presta ao médico, mesmo reclamando do tratamento. Neste sentido, devemos agradecer ao mundo tal louvor. Devemos renovar as garantias que o tratamento continuará, até o final dos tempos. As garantias não são nossas, é claro, mas d’Ele que fundou a Igreja e que garante sua existência, com a de todos nós.

Assim, o ataque atual, como todos os outros ataques, tem essa dupla característica; uma motivação destruidora e um louvor. Desde que a Igreja não queira se voltar para o mundo para fazer as pazes com ele, como parece ter querido nas últimas décadas, o mundo a atacará por estes dois motivos. Enquanto a Igreja estiver sendo atacada pelo mundo, temos garantias de que ela está no lugar certo.

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